Tentando um transplante com doador vivo

Olá amigos leitores, espero que todos estejam bem!


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Como eu comentei no meu primeiro post, depois de muito tempo sem tratar direito da minha saúde, resolvi consultar com um nefrologista, então, marquei uma consulta com a médica que pediu para eu fazer vários exames e os resultados não foram dos melhores e confesso que quando ela leu os exames e disse como estava meus rins, foi como se eu tivesse descoberto um câncer, me senti muito mal, segurei para não chorar. Por uns meses, tentamos fazer alguns tratamentos para melhorar a função renal, mas, foi só caindo, caindo e ficou abaixo de 11%, quando a doutora me orientou para procurar o hospital do rim em São Paulo. Cheguei em casa, contei para minha esposa e ficamos calados por um bom tempo até que ela decidiu que iria falar com meus irmãos para ver se havia possibilidade de alguém se oferecer para doar um rim pra mim. Aceitei, fomos na casa deles e por coincidência estavam todos reunidos na casa da minha irmã. Bom, ela contou a eles e imediatamente, um dos meus irmãos, foi para o quarto, chamou a esposa dele, conversaram um pouco e me chamaram. Apareceu um doador, oh! gloria!
Bom, foi a partir daí que tudo começou. Minha médica deu um encaminhamento para eu levar na consulta ao hospital do rim para que  pudesse iniciar o processo para transplante, já que tinha um possível doador. Marcamos a consulta. Chegando lá, ao conversar com o doutor, ele nos desanimou, pois, colocou tanto obstáculo, falando que a gente estava fora de peso, que nem sempre um irmão é compatível e que o hospital não faria a cirurgia, devido, eu ainda não estar dialisando. Bom, resolvi consultar com outro médico e assim eu fiz. Certo dia, eu, meu irmão e minha esposa, fomos para nova consulta com o novo doutor e tudo ficou melhor. O doutor pediu vários exames, tanto para mim, quanto para meu irmão e tudo correu muito bem. Depois de três meses, retornamos e, nossa! tudo perfeito...Ah! fizemos o teste de compatibilidade e meu irmão era compatível. A alegria ficou estampada em nossos rostos, até que o doutor disse que deveríamos perder um pouco de peso para poder continuar rumo ao transplante. Eu, com 91 kg, precisava perder 4 kg e meu irmão que estava com 97 kg, tinha que perder pelo menos 7 kg. É, não foi fácil nem começar a dieta, mas começamos. Eu, resolvi comer menos, porém, mais vezes durante o dia, trocando comidas gordurosas por comidas mais saudáveis que me proporcionaram uns quilos a menos. Meu irmão, devido, a ansiedade, não conseguiu  emagrecer, ao contrário, conseguiu uns quilos a mais, chegando a 103 kg e por conta disso, o médico sempre adiava, nos dando mais tempo para chegar ao peso ideal, que infelizmente não aconteceu. Depois de um ano tentando, meu outro irmão e minha irmã se prontificaram em fazer o exame de compatibilidade pra ver se eles podiam doar e assim fizemos os exames. Sai o resultado, mina irmã deu compatibilidade distante e meu irmão menor, foi compatível. A partir daí, começamos novas séries de exames, tanto eu repetindo os meus, quanto ele, fazendo os exames dele pela primeira vez. Os resultados foram ótimos, até que uma tomografia, mostrou que meu irmão tinha uma pedra parada no canal da urina, algo que ele nem imaginava que tinha, pois, não sentia dor nenhuma. Com um encaminhamento, conseguiu fazer um procedimento para expelir a pedra e deu tudo certo, tirou a dona cuja. Quando se passaram  três meses, período para retornar ao processo, eu tive uma hemorragia ocasionada por uma úlcera que me fez parar no UTI e, devido a perda de sangue, tive que receber  sangue.  (Quando uma pessoa está na fila do transplante e recebe sangue por transfusão, deve ficar pelo menos 6 meses para então, poder fazer o transplante, pois, devido receber sangue, muda a compatibilidade, até que depois, volta como antes). Durante esse período, pensei, repensei e acabei por desistir de transplantar com doador vivo. Eu continuo na fila para receber de um doador cadáver. Vários pensamentos vieram na minha cabeça que fez eu desistir de transplantar. Acredito que essa é uma decisão que tem que partir do paciente. Se ele não estiver disposto a receber um rim ou seja lá qual for o órgão, não deve insistir. Isso é muito particular de cada um. Fui honesto com minha esposa e meus irmãos, agradeci, mas desisti. Hoje, faço diálise três vezes por semana, sempre às segundas, quartas e sextas, me sinto bem e continuo aguardando um rim através de um doador cadáver.

Fístula Arteriovenosa (FAV)

Meus amigos, primeiramente, peço desculpas por ficar muito tempo sem postar, mas agora retornei e estou aqui para dar sequencia nas informações sobre meu tratamento e prometo não sumir dessa vez. Boa leitura a todos!


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Vamos entender o que é fístula e em seguida conto minha experiencia.

A fistula (FAV)é uma anastomose (conexão) entre uma artéria fina e uma veia periférica também fina e superficial. É feita cirurgicamente mais frequentemente nos membros superiores, de preferência no antebraço não dominante – esquerdo nas pessoas dextras e direito nos canhotos.

Como havia escrito anteriormente, coloquei o cateter permcath e comecei a dialisar em seguida. Fiquei, por opção, 19 meses com o cateter que normalmente, o paciente fica o tempo suficiente para "amadurecer" a fístula que é em média 60 dias. Eu fiquei bastante tempo com o permcath porque eu tinha esperança de transplantar, algo que infelizmente, não ocorreu (falarei disso depois).
Quando se confecciona uma fístula arteriovenosa  (FAV), é necessário que se aguarde a dilatação da veia em questão e o desenvolvimento de volume de fluxo mínimo, fenômeno chamado de maturação. Assim que o médico analisar e ver que já está boa, pode começar a pulsionar pela fístula. Veja a figura abaixo.


Certamente, você está se perguntando, será que dói?
Se eu disser que não, estou mentindo, mas posso te dizer que assusta, mas é como doar sangue e depois de um certo tempo, você acostuma e nem percebe que a agulha está entrando. Algo importantíssimo é você falar para o técnico de enfermagem, caso você sinta desconforto, tipo, dor contínua, se tiver queimando ou ardendo, pois, dependendo a situação, você pode comprometer a fístula e acabar tendo que voltar para o cateter temporariamente. Eu, na minha primeira semana que estava usando a fístula, a agulha saiu da veia e houve uma filtração e por sorte eu ainda estava com o cateter, pois, fiquei dialisando pelo cateter por mais 3 semanas, até que a fístula descansou e pode ser utilizada novamente. O motivo pelo qual isso aconteceu, até hoje não sei. Os técnicos de enfermagem disseram que é porque eu mexi com o braço e a agulha saiu fora da veia. Pode ser, mas talvez seja porque já colocaram fora, pois, foi logo no primeiro minuto que fui ligado. Tudo bem, isso não é bom, mas as vezes acontece, não se assuste. Volto a repetir que qualquer dor, ardência no local, comente com o técnico de enfermagem. Não é normal ficar doendo durante a diálise.
Depois, vou colocar uma foto real do meu braço e mostrar como fica, após um tempo fazendo hemodialise.
Ah! também, vou comentar sobre o meu processo para o transplante que infelizmente foi frustado.

Deixe seu comentário, sua experiencia e sua dúvida. O que eu não souber responder, procurarei profissionais para nos ajudar a entender melhor esse processo de hemodiálise.

Abraços a todos e até breve.



Quem sou eu

Meu Nome é Elias Nunes, tenho 39 anos e há 9  descobri que tinha problema renal crônico. Certa madrugada (2009) estava com um resfriado que...